O Partido  Comunista Brasileiro é o  partido de maior longevidade em nosso país. Foi  fundado em 25 de março  de 1922, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro,  por um grupo de  trabalhadores animados com a vitória dos operários e  camponeses na  Revolução Bolchevique de 1917, na Rússia.
O  PCB nada tem a ver com os partidos  institucionais mantidos pela  legislação burguesa, os partidos da ordem,  cujos maiores representantes  hoje são o PT, o PSDB, o PMDB, o DEM,  etc, cujas divergências entre eles  resumem-se a diferentes formas de  gerenciar e fazer aprofundar o  capitalismo em nosso país. Nosso  partido, apesar de participar da vida  política institucional, pois  enxerga como fundamental aproveitar o  espaço conquistado pelas lutas  democráticas no país (liberdade de  organização, participação nas  eleições, uso do tempo de televisão, fundo  partidário, etc), não vê  este espaço como um fim em si mesmo (como hoje  fazem partidos que  outrora foram de esquerda, como o PC do B), mas um  meio para difundir  as ideias e o programa comunista e avançar na  organização da classe  trabalhadora visando construir a revolução  socialista no país.
Para fazer parte do PCB é preciso estar  organizado numa base ou célula partidária. A base ou célula são o centro  de gravidade do partido, a  sua razão de ser, as unidades básicas de  que toda a organização depende.  São uma espécie de modelo reduzido do  próprio partido, possuindo –  dentro de seu espaço de atuação – as  diversas funções do todo  partidário. Elas são o partido organizado em  espaços comuns de atuação e luta (a fábrica, a empresa, o bairro, a  escola, os movimentos sociais). As  bases têm a finalidade de ligar o  partido às massas, num sentido de mão  dupla. De um lado, devem  participar da vida das massas, procurando  levá-las a conhecer,  assimilar e pôr em prática a linha política do  partido. De outro lado,  devem recolher delas suas experiências,  reivindicações e tendências,  para capacitar o partido a elaborar  propostas políticas justas para as  necessidades do seu tempo.
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As organizações de base devem ser   organismos dinâmicos e criativos. Toda base deve ter um plano de ação,   com objetivos e prazos a serem atingidos e a definição de   responsabilidades. Nelas, os militantes discutem a política do partido,   analisam a realidade da área de sua atuação, elaboram os planos de  ação,  opinam sobre os documentos e resoluções partidárias, exercendo o   direito à critica e à autocrítica. E é assim que funciona o princípio   maior da organização comunista: o centralismo democrático.  Nos  processos congressuais e nas conferências para debater a linha   política, a tática e a estratégia de ação do partido, os militantes   discutem exaustivamente as propostas até chegarem a um consenso ou a uma   posição majoritária. Construída esta posição, adotada coletivamente   como resultado de um amplo processo democrático de participação nas   decisões, o conjunto do partido deve se empenhar para pôr em prática   aquilo que foi decidido, de forma unitária e coesa. Todas as decisões,   mesmo relativas a questões cotidianas, são adotadas desta forma:   coletivamente. Mas somente a prática política disciplinada e unitária é   capaz de fazer do partido um grupo homogêneo, pronto para assumir as   tarefas necessárias ao desenvolvimento dos grandes embates políticos e   sociais e da luta maior em prol da revolução socialista.
O que defende hoje o PCB?
Conforme aprovado pelo XIV Congresso   Nacional do PCB, realizado em outubro de 2009, objetivo central da ação   dos comunistas é a superação do modo de produção capitalista e a   constituição de uma sociedade socialista. A revolução socialista é um   processo histórico e complexo que não pode ser entendido como linear. É   composto de elementos diversos e sujeito às condições objetivas e   subjetivas de cada formação social, à luz da conjuntura nacional e   internacional e de sua evolução. O triunfo do socialismo não é um fato   que acontecerá de forma natural ou inexorável, como afirmam algumas   leituras mecanicistas da obra de Marx, mas sim uma possibilidade   histórica que deve ser construída.
Na luta para fazer afirmar a hegemonia  política do proletariado, entendemos ser necessária a construção do  Bloco Revolucionário do Proletariado,  reunião das forças políticas e  sociais que almejam dirigir os  trabalhadores brasileiros para a  derrubada do capitalismo por meio da  revolução socialista. Nossa  estratégia, portanto, é a revolução socialista.  São as massas que fazem  a revolução, no sentido mais amplo da superação  do capitalismo pelo  socialismo, e não propriamente o partido. Mas a  revolução não  acontecerá sem um partido revolucionário a liderá-la, o  que pode se dar  em conjunto com outras forças e organizações políticas  revolucionárias  que configurem o Bloco Revolucionário.
A organização dos trabalhadores inclui   formas de organização popular direta, nos bairros, no campo e em grandes   movimentos urbanos de massa e a luta pelo aprimoramento da organização   sindical, com a construção de grandes sindicatos por ramo de produção,  a  proposição de greves gerais com a participação de todos os   trabalhadores, do proletariado precarizado, dos partidos de esquerda e   de outras organizações sociais, e a utilização de vias não   institucionais para a luta revolucionária. Além disso, a luta pela   hegemonia das ideias socialistas e comunistas compreende a utilização de   todas as formas disponíveis e todos os espaços políticos aos quais   tenhamos acesso para difundir e desenvolver as ideias políticas   socialistas e comunistas e para promover a denúncia contumaz e radical   do capitalismo.
A construção de uma alternativa de poder   que se apresente como uma contraposição ao poder burguês somente será   efetiva se conseguir mobilizar as classes exploradas, com um programa   capaz de produzir uma ruptura na ordem capitalista. Esta contraposição   se materializa no Poder Popular,  que possui um caráter estratégico – ao  se transformar numa espécie de  poder paralelo ao Estado burguês e no  futuro núcleo de poder proletário  rumo ao socialismo. Possui também um  caráter tático, ao dar suporte para  as lutas unificadoras do movimento  operário e popular.
A tática do PCB se pauta pela construção  de uma Plataforma Comunista, composta  de um programa e de uma proposta  de organização popular. O principal  ponto deste programa é a formação  de uma Frente Política Anticapitalista e Anti-imperialista,  que tenha  caráter permanente, não se tratando de uma frente eleitoral.  Esta  Frente deve ser composta por partidos, organizações, movimentos e   personalidades que se oponham à política dos governos capitalistas e   lutem pelas transformações necessárias para fazer valer os interesses   dos trabalhadores brasileiros. A Frente deve ter o papel de aglutinar o   movimento operário e popular em torno de bandeiras gerais e  específicas,  sendo também um polo de ação institucional, conformando,  assim, uma  alternativa às propostas liberais, socialdemocratas,   nacionaldesenvolvimentistas, dentre outras que correspondam aos   interesses e às representações da burguesia.
A teoria marxista
Baseamo-nos  na teoria social elaborada,  inicialmente, por Karl Marx e Friedrich  Engels, no século XIX (época  de grandes lutas operárias contra a  exploração promovida pelo  capitalismo, que vivia seu processo de  consolidação no mundo) e  continuada, no século XX, por Lênin, Rosa  Luxemburgo, Gramsci, Lukács e  outros grandes militantes das lutas  anticapitalistas de seu tempo.  Estes autores revolucionários deram forma  a uma nova concepção de  mundo, concebida através da análise crítica e  consciente da realidade  existente e da intervenção ativa na história,  construindo assim o  instrumental teórico necessário ao enfrentamento à  concepção de mundo  dominante, que está a serviço dos interesses e  necessidades da  burguesia e da expansão contínua do capitalismo.
Segundo  Marx, a teoria somente se  transforma em poder material quando é  apoderada pelas massas, isto é,  uma ideia só se realiza plenamente se é  abraçada pelo movimento social  concreto e se configura em ação prática  transformadora. O papel básico  do partido comunista é contribuir para a  elevação da consciência de  classe dos trabalhadores, agindo na  organização das lutas e na  propaganda socialista em contraponto ao  modelo de sociedade  capitalista. A disputa ideológica que o Partido  Comunista promove visa,  entre outros, superar os marcos dos interesses  puramente imediatos,  economicistas, corporativos, para o nível da visão  global da realidade,  forjando, desta feita, a visão de mundo  transformadora, capaz de  hegemonizar um projeto político de construção  da sociedade socialista.
Lênin já dizia  que a consciência  socialista não brota espontaneamente das lutas  populares e nem da  indignação particular de uma parte do proletariado.  Por isso destacava a  importância do partido revolucionário e dos  militantes comunistas para  dirigir e orientar as massas revoltadas com  as desigualdades e  injustiças provocadas pelo sistema capitalista em uma  mobilização  consciente em prol do socialismo, como única alternativa  capaz de  solucionar os problemas vividos pela classe trabalhadora.
Não  se pode prever de antemão quando  eclodirá em algum lugar a verdadeira  revolução proletária e qual será o  motivo principal que despertará e  lançará à luta as grandes massas,  hoje ainda presas na corrente da  alienação. Mas não podemos ficar  esperando este momento, como se a  revolução, além de necessária, fosse  inevitável. O partido deve estar  sempre preparado, no presente, de olho  no futuro. Os requisitos  fundamentais para o êxito desta empreitada  são uma linha política  correta, uma direção unida, além de organizações  de base e militantes  capazes e enraizados nas massas.
Uma história de lutas
A  trajetória do Partido Comunista  Brasileiro está indelevelmente marcada  na própria história do Brasil.  Nossa organização sempre se destacou por  atrair para suas fileiras os  mais importantes dirigentes das lutas dos  trabalhadores e  representantes da intelectualidade e da cultura  brasileira.
Quando se tornou um verdadeiro partido  de  dimensões nacionais, no período entre o imediato pós-guerra (1945)  até o  golpe que implantou a ditadura empresarial-militar em 1964, o PCB  no  partido que agregou praticamente toda a esquerda brasileira, unindo  o  mundo do trabalho com o mundo cultural. Intelectuais do porte de   Astrojildo Pereira, Octávio Brandão, Caio Prado Jr., Graciliano Ramos,   Nélson Werneck Sodré, Oduvaldo Viana Filho (Vianinha), Paulo Pontes,   dentre outros, participavam de um extenso aparato político-cultural   (jornais, revistas, livros, associações culturais, etc), que, associado   às organizações mais ligadas às lutas diretas dos trabalhadores e da   juventude (sindicatos, ligas camponesas, imprensa operária, Comando   Geral dos Trabalhadores, União Nacional dos Estudantes e outras),   compunham uma grande rede de instituições que tinham nas camadas   proletárias o sujeito real da intervenção social. O PCB exercia, naquele   tempo, grande influência junto às organizações populares que lutavam   contra o poder do latifúndio, a grande empresa capitalista e a ação do   imperialismo em nosso país. O golpe de 1964 abateu-se de forma violenta   contra os comunistas e demais forças democráticas e progressistas,   interrompendo a ascensão do movimento de massas no Brasil por longos   vinte anos.
Se a história do PCB foi marcada por uma   sistemática repressão, que o compeliu à clandestinidade por mais da   metade de sua existência e que entregou ao povo brasileiro boa parte de   seus maiores heróis do século XX, nem por isto o PCB foi um partido   marginal. Ao contrário: da década de 1920 aos dias atuais, os   comunistas, com seus acertos e erros, mas especialmente com sua profunda   ligação aos interesses históricos das massas trabalhadoras  brasileiras,  participaram ativamente da dinâmica social, política e  cultural do  país.
Desde 1992, quando um grupo de   liquidacionistas, comandado por Roberto Freire (hoje no PPS, legenda   auxiliar do PSDB e dos governos burgueses de direita), tentou acabar com   o PCB, na esteira da crise mundial vivida pelo socialismo (queda do   muro de Berlim e derrocada da União Soviética), vivemos um processo de   reconstrução revolucionária de nosso Partido. Nos últimos anos temos   intensificado o trabalho de estruturação interna do Partido e de sua   inserção nos movimentos de massa. Através, principalmente, do movimento   sindical e estudantil e da participação nas entidades representativas, o   Partido afirma a centralidade do trabalho e a necessidade da revolução   social de matiz socialista. É através deste trabalho, também, que o   partido vem recrutando e formando novos militantes e formulando sua   intervenção junto às massas.


1 comentários:
Esse texto vai cair bem para responder as dúvidas do futuros camaradas que querem entrar no PCB, inclusive aqueles que sempre estão na comunidade do partido no orkut!
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