PCV define a sua posição sobre o chamado feito pelo Presidente Hugo Chávez para a formação da "V Internacional Socialista".
Tribuna Popular | Caracas, Venezuela, 23 de novembro
PCV propõe que se constitua um grupo de trabalho para debate e elaboração coletiva
O Partido Comunista da Venezuela (PCV) definiu a sua posição sobre o chamado feito pelo Presidente Hugo Chávez para a formação da "V Internacional Socialista", expressando que o que o mundo precisa é da união dos partidos políticos progressistas, revolucionários e de esquerda, junto aos movimentos e organizações sociais em uma ampla frente internacional que articule os esforços e coordene a luta antiimperialista.
Para os comunistas venezuelanos, o avanço em direção a instâncias orgânicas – como foram a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) ou Primeira Internacional, fundada em Londres em 1864, a Internacional Social-democrata ou Segunda Internacional, de 1889, e a Internacional Comunista, fundada em 1919 por iniciativa de Lênin e do Partido Comunista da Rússia (Bolchevique), que agrupava os Partidos Comunistas dos diferentes países, conhecida como Terceira Internacional – obedeceu a um processo de construção política, de unidade ideológica e objetivos comuns.
"Ressaltamos que nossa proposta, feita no Encontro Internacional de Partidos de Esquerda, é unir o maior número de partidos políticos progressistas, de esquerda e revolucionários, junto à grande gama de movimentos sociais, sindicais, indígenas, de trabalhadores da cultura, que estejam ou não a favor do socialismo, mas que tenham em sua prática e em seus objetivos comuns o avançar na luta contra o inimigo principal dos povos, que é o imperialismo mundial, não somente o estadunidense", expressou Pedro Eusse, membro do Bureau Político do PCV.
Nos marcos do movimento comunista internacional, onde o PCV é parte ativa, há vários anos trabalha-se na construção de espaços de articulação antiimperialista que unam os esforços dos partidos comunistas e operários, na luta contra um inimigo comum, como os Seminários Comunistas Internacionais que organiza o Partido do Trabalho da Bélgica desde 1992, ou os Encontros Internacionais de Partidos Comunistas e Operários iniciados há mais de onze anos na Grécia.
"É aí onde temos feito presente nossa proposta de trabalhar por uma Ampla Frente Antiimperialista de nível mundial, continental e nacional que una a luta de todos que objetivamente estão afetados pelo domínio imperialista", sublinhou Eusse.
Eusse informou que em setembro reuniram-se os partidos comunistas e operários em Damasco, sendo o debate principal a necessidade de unir a luta antiimperialista. Recentemente o mesmo ocorreu na Índia, onde os partidos comunistas e operários têm um denominador comum que é a ideologia marxista-leninista, cujo espaço deve manter-se e aprofundar-se. "Mas a Frente Antiimperialista que estamos propondo vai além, muito além dos partidos marxistas", enfatizou.
O dirigente comunista assegurou: "temos consciência de que a luta contra o imperialismo não apenas é tarefa dos partidos marxistas-leninistas, mas sim do vasto movimento político e social de caráter democrático, popular, progressista, e que necessita ter uma maior força na luta contra a dominação imperialista".
O PCV propõe que se constitua um grupo de trabalho de caráter coletivo, de debate, de elaboração conjunta, avaliando as distintas propostas, e cujo objetivo seja avançar rumo a uma instância ampla de coordenação na luta comum dos partidos políticos e movimentos sociais que estiverem na sua formação. "Isto não pode ser parte de uma imposição em que venhamos a repetir erros já cometidos como o dos centros de direção, que prejudicaram a luta deste tipo de organizações internacionais já mencionadas, assim como também deve assimilar-se e respeitar-se o desenvolvimento, amadurecimento e autonomia que os partidos políticos têm adquirido ao longo de mais de cem anos", enfatizou.
O Partido Comunista da Venezuela vem fazendo todos os esforços para que o Congresso da Coordenadora Continental Bolivariana (CCB), que ocorrerá nos dias 7, 8 e 9 de dezembro em Caracas, em sua passagem a Movimento, fortaleça-a, concebendo-se aí o "gérmen" da Frente Antiimperialista Internacional que reúna a amplos setores revolucionários para enfrentar o imperialismo mundial.
Pedro Eusse, Oscar Figuera e Perfecto Abreu, membros do Bureau Político do PCV
(tradução de Rodrigo Oliveira Fonseca. Original em: http://www.pcv-venezuela.org/index.php?option=com_content&task=view&id=6045&itemid=1 )
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